Descrição enviada pela equipe de projeto. O novo edifício sede da Polícia Judiciária foi inaugurado em março, em Lisboa, Portugal. O projeto de arquitetura é da responsabilidade da Saraiva + Associados, que criou um espaço funcional com instalações modernas a serviço de uma das mais prestigiadas instituições policiais a nível internacional.
O novo edifício sede da Polícia Judiciária, situado na Rua Gomes Freire, em Lisboa, está integrado num sítio urbano com grande importância histórica. Até finais do século XIX este era um espaço de transição entre os arrabaldes rurais e o núcleo histórico de Lisboa. Na transição para o século XX o local sofreu um nítido processo de urbanização, com a implantação do Liceu de Camões, em 1909, a edificação da Escola de Medicina Veterinária, entre 1927 e 1937, e a construção dos edifícios sede da Polícia Judiciária e Arquivo Nacional de Identificação, entre 1956 e 1958.
O projeto da Saraiva + Associados para a nova sede da Polícia Judiciária quis honrar esta herança histórica e simultaneamente criar uma solução moderna e funcional. O projeto incluiu a construção de um novo edifício com ligação física em passarela ao edifício existente.
O novo edifício foi construído com base numa hierarquia de recuos geométricos que diminuem o impacto sobre a envolvência urbana. A imagem exterior do edifício reflete um estilo moderno de linhas sóbrias, através de superfícies envidraçadas com a dimensão dos pisos, intercaladas por elementos opacos com idêntica dimensão, numa composição equilibrada de volumes e vãos. Esta aparente transparência e aleatoriedade minimiza o impacto exterior comum em edifícios desta dimensão. Por outro lado, os pátios interiores proporcionam luz natural, criando um agradável espaço de trabalho.
No interior, o edifício está equipado com alta tecnologia e dispositivos de segurança que fazem da nova sede da Polícia Judiciária um dos edifícios corporativos mais avançados em Portugal. No topo do novo edifício foi criado um heliporto.
O empreendimento está implantado no terreno segundo a orientação Nordeste/Sudoeste, com a volumetria máxima de 11 pisos acima da cota de soleira, que se articulam segundo eixos de comunicação, e inclui dois grandes pátios centrais que intercalam os volumes e unificam o conjunto edificado. O complexo apresenta uma modulação base, o que permite antecipar uma extrema flexibilidade na sua reorganização futura, caso a orgânica dos serviços assim o determine.
«A Polícia Judiciária é sem dúvida uma das instituições mais prestigiadas e emblemáticas que temos atualmente no nosso país. Apesar de associamos rigor, disciplina e austeridade ao nome desta instituição, optámos por não recriar a imagem do edifício existente mas sim reinterpretá-la e torná-lo mais dinâmico. Partindo de uma malha rigorosa, produzimos uma pele geométrica que contagia toda a imagem do edifício e que lhe confere unidade, reduzindo o seu impacto na envolvente. A nova sede da Polícia Judiciária assume assim a sua condição de instituição, sem ostentar uma escala opressiva. Trata-se de um conjunto de escala humanizada, rigoroso mas não austero», explica Miguel Saraiva, arquiteto e CEO da Saraiva + Associados.
No dia da inauguração, o Diretor Nacional da Polícia Judiciária, Almeida Rodrigues, disse que este edifício «está entre os melhores do mundo no que se refere a instituições de investigação criminal». A ministra portuguesa da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, afirmou que «esta obra de elevada qualidade permite o regresso da Polícia Judiciária à sua matriz original, concentrando todos os serviços num único edifício, com ganhos de eficiência operacional e redução dos custos de manutenção».